segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Lição 05 - A Obra da Criação




TEXTO 01
ARTIGO 12
A CRIACAO DO MUNDO; OS ANJOS
Cremos que o Pai, por seu Verbo - quer dizer: por seu Filho -, criou, do nada, o céu, a terra e todas as criaturas, quando bem Lhe aprouvel. A cada criatura Ele deu sua própria natureza e forma e sua própria função para servir ao seu Criador. Também, Ele ainda hoje sustenta todas essas criaturas e as governa segundo sua eterna providencia e por seu infinito poder, para elas servirem ao homem, a fim de que o homem sirva a seu Deus.
Ele também criou bons os anjos para serem seus mensageiros e servirem aos eleitos2. Alguns deles caíram na eterna perdição3, da posição excelente em que Deus os tinha criado, mas os outros, pela graça de Deus, perseveraram e continuaram em sua primeira posição. Os demonios e os espíritos malignos são tão corrompidos que são inimigos de Deus e de todo o bem4. Como assassinos, com toda a sua força, estão a espreita da igreja e de cada um de seus membros, para demolir e destruir tudo com sua astúcia5. Por isso, por causa de sua própria malícia, estão condenados a maldição eterna e aguardam, a cada dia, seus tormentos terríveis6.
Neste ponto, rejeitamos e detestamos o erro dos saduceus que negam a existência de espíritos e de anjos7; também o erro dos maniqueus que dizem que os demónios têm sua origem em si mesmos e são maus por natureza; eles negam que os demónios se corromperam.
1 Gn 1:1; Gn 2:3; Is 40:26; Jr 32:17; Cl 1:15,16; lTm 4:3; Hb 11:3; Ap 4:11.
2 Sl 103:20,21; Mt 4:11; Hb 1:14.
3 Jo 8:44; 2Pe 2:4; Jd :6.
4 Gn 3:1-5; lPe 5:8.
5 Ef 6:12; Ap 12:4,13-17; Ap 20:7-9.
6 Mt 8:29; Mt 25:41; Ap 20:10.
7 At 23:8.

Este texto é parte integrante da Confissão Belga escrita por Guido de Brés (1561)


 TEXTO 02
7. Da criação de todas as coisas: dos anjos, do diabo e do homem

Deus criou todas as coisas. Este Deus bom e onipotente criou todas as coisas, visíveis e invisíveis, pela sua Palavra co-eterna, e as preserva pelo seu Espírito co-eterno, como Davi testificou, quando disse: “Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro de sua boca o exército deles” (Sal 33.6). E, como diz a Escritura, tudo o que Deus fez era muito bom, e foi feito para proveito e uso do homem. Ora, afirmamos que todas aquelas coisas partiram de um princípio.

Maniqueus e Marcionitas. Portanto, condenamos os maniqueus e os marcionitas que impiamente imaginaram duas substâncias e duas naturezas, a do bem e a do mal; também dois princípios e dois deuses, um contrário ao outro, um bom e um mau.

Dos anjos e do diabo. Entre todas as criaturas, os anjos e os homens são os mais excelentes. Dos anjos declara a Santa Escritura: “Fazes a teus anjos ventos, e a teus ministros, labaredas de fogo” (Sal 104, 4). Diz ainda: “Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Heb 1, 14). Do Diabo testifica o próprio Senhor Jesus: “Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44). Portanto, ensinamos que alguns anjos persistiram na obediência e foram designados para fiel serviço a Deus e aos homens, mas outros caíram pela sua própria vontade e foram precipitados na ruína, tornando-se inimigos de todo o bem e dos fiéis, etc.

Do homem. Já do homem diz a Escritura que no princípio ele foi criado bom, à imagem e semelhança de Deus, que Deus o colocou no Paraíso e lhe sujeitou todas as coisas (Gén cap. 2). Isso é o que Davi magnificamente celebra no Salmo 8. Além disso, Deus lhe deu uma esposa e os abençoou. Afirmamos também que o homem consiste de duas substâncias diferentes numa pessoa: de uma alma imortal, que, quando separada do corpo, nem dorme nem morre, e de um corpo mortal que, porém, ressuscitará dos mortos no juízo final, de modo que desde então o homem todo, na vida ou na morte, viva para sempre.

As seitas. Condenamos todos os que ridicularizam ou mediante argumentos subtis põem em dúvida a imortalidade das almas, ou dizem que a alma dorme ou é parte de Deus. Em resumo, condenamos todas as opiniões de todos os homens, por mais numerosos que sejam, que ensinam diversamente do que, a respeito da criação, dos anjos e dos demônios, e do homem, nos foi ensinado pelas Santas Escrituras na Igreja apostólica de Cristo.

Este texto é parte integrante da Confissão Helvética escrita por Heinrich Bullinger (1562)



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